segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Varejo perde força e tenta reagir com liquidações fora de época

CNC prevê alta de 4% nas vendas, pior resultado em 11 anos
Shopping Boulevard, em Vila Isabel, um dos que estão em liquidação fora de época - Gustavo Stephan
Após anos de crescimento robusto, o comércio e os serviços estão perdendo a força e a capacidade de sustentar o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) ante a fraca atividade da indústria. Estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ao qual o GLOBO teve acesso com exclusividade, prevê aumento de 4% nas vendas do varejo em 2014, resultado que, apesar de alto ante a expectativa de crescimento da economia próximo de zero, é o mais baixo dos últimos 11 anos.

Os números divulgados na sexta-feira pelo IBGE mostram que junto com o PIB de -0,6%, o comércio encolheu 2,2% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior, a maior perda desde o fim de 2008, ápice da crise financeira mundial. Os serviços caíram 0,5%, o maior recuo desde o início de 2013. Um reflexo desses números está estampado nas vitrines de shoppings e lojas da cidade, onde as liquidações se multiplicam e não seguem mais qualquer calendário, numa tentativa do varejo de amenizar a queda nas vendas e queimar estoques.

A liquidação “Agora é que são elas”, nome sugestivo da ação que começou na quinta-feira e vai até o próximo domingo em Botafogo Praia Shopping, Shopping Boulevard e Shopping Nova América, reflete bem a situação enfrentada pelo comércio. Como tradicionalmente esta não é época de promoção, a Ancar Ivanhoe, responsável pelos shopping, investiu R$ 150 mil para fazer uma liquidação só para mulheres (embora as lojas de artigos masculinos também possam participar), com “ações de encantamento”, que incluem modelos vestidos de príncipe encantado, buscando as consumidoras com sapatinhos na mão, e consulta de tarô grátis para quem gastar mais de R$ 100.

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