sábado, 11 de julho de 2015

Lojistas se unem para forçar redução de aluguel em shopping centers


Com uma atuação de duas décadas no setor shopping centers, a Map Mall começou o ano com a perspectiva de lançar oito empreendimentos no país. Seis meses depois, a intenção é dar o sinal verde para a construção de quatro centros comerciais, metade do que havia sido programado.

“Os shoppings vivem a maior crise de sua história no país”, afirma Márcio Malamud, presidente da Map Mall, empresa especializada na construção de pequenos e médios centros comerciais no modelo strip mall.

Os strip malls são aqueles espaços em ruas, com 7 mil a 8 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), nos quais se concentram lojas de roupas e calçados, cafés, restaurantes e prestadores serviços.

Neste ano, a meta da Map Mall é lançar um desses centros comerciais em Campinas (SP), um no Rio de Janeiro (RJ) e dois em Uberlândia (MG). “Estamos trabalhando com toda a cautela que o mercado brasileiro requer”, diz Malamud.

Isso apesar de se tratar de um modelo de negócio que mais tem crescido dentro do setor de shoppings nos últimos anos. É só prestar a atenção nas ruas.

O caso da Map Mall ilustra o que sucede, de acordo com consultores especializados, com boa parte dos empreendedores de shoppings do país – um mercado estimado em pouco mais de R$ 140 bilhões por ano, segundo a Abrasce, associação do setor. E não poderia ser diferente.

A falta de confiança na economia, o aumento do desemprego e a alta da inflação e dos juros reduziram o fluxo de consumidores de lojas de ruas e shoppings. De janeiro a abril, as vendas no comércio caíram 1,5% no Brasil. Os setores de veículos e de móveis e eletrodomésticos enfrentam as maiores quedas, 16% e 8,9%, respectivamente, no período, de acordo com o IBGE.

Bastar sair às ruas de São Paulo, por exemplo, e ver a quantidade de pontos comerciais fechados. Isso vale tanto para as áreas comerciais no centro da cidade como para bairros com consumidores de maior poder aquisitivo. Nos shoppings, especialmente os que abriram nos últimos dois anos, os tapumes também estão por toda a parte.

Para contornar a situação, os lojistas anteciparam as liquidações. Em plena estação de inverno, o consumidor consegue comprar peças para o frio com descontos de até 70%. É difícil ver uma loja na rua ou no shopping que não esteja, neste momento, fazendo alguma promoção.

A Sonae Sierra Brasil, administradora de shopping centers, promove até o próximo domingo (12) a segunda edição da LiquidaInsana. Lojas de dez centros de compras, como o Plaza Sul, em São Paulo, e o Parque D. Pedro, em Campinas, oferecem descontos de até 70% nos mais variados itens. O shopping criou a personagem Dona Insana, que protagoniza a campanha de forma bem humorada, com filmes nas redes sociais.

Para atrair maior público, o grupo BR Malls, com 48 shoppings espalhados pelo país, já decidiu ampliar investimentos em ações que envolvem personagens licenciados. No Amazonas Shopping, em Manaus, montou um parque de diversões da personagem Peppa Pig, evento que, em breve, virá para o shopping Mooca, em São Paulo.

O problema é que, diferentemente de anos anteriores, só as promoções e as atrações não têm sido suficientes para dar fôlego ao caixa das lojas. Nas ruas, os comerciantes estão recorrendo aos proprietários de imóveis para que seja feita uma redução no valor do aluguel.

Fonte: Diário do Comércio

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